Cerca de 50 professores da rede municipal e particular de educação de Piracicaba participaram, no mês de abril, do projeto Humor na Sala de Aula, uma série de quatro oficinas em que experientes artistas gráficos da cidade, Eduardo Grosso e Erasmo Spadotto, dois ex-diretores do CEDHU (Centro Nacional de Humor Gráfico de Piracicaba), ensinaram sobre o uso da linguagem do humor no processo de aprendizado dos alunos.
Como destaca Junior Kadeshi, presidente do Cedhu, as aulas também serviram para capacitar os docentes a poder ensinar técnicas básicas de desenho e princípios do humor gráfico a crianças e adolescentes, incentivando a participação dos pequenos no Salãozinho de Humor, que este ano chega à 21ª edição. “É uma bagagem a mais aos professores para fomentar o interesse dos alunos a participar do Salãozinho”.
Os encontros, com apoio da Semac (Secretaria Municipal da Ação Cultural) e da Secretaria de Educação, aconteceram nas quatro quintas-feiras do mês passado, no auditório do Sesc Piracicaba.
Eduardo Grosso e Spadotto levaram conteúdo sobre todas as categorias básicas das artes gráficas de humor aos professores, como cartum, caricatura, charge e tiras. Falaram sobre as diferenças entre charge e cartum, por exemplo. Também fizeram análises técnicas nas seleções de obras do acervo do Salão de Humor de Piracicaba.
“Trabalhamos para que o professor possa usar algum estilo do humor gráfico para transmitir um conteúdo, refletir sobre um determinado assunto”, ressalta Spadotto.
O secretário de Governo e da Semac, Carlos Beltrame, ficou satisfeito com o número de professores que compareceram às oficinas. Para Beltrame, o sucesso do projeto Humor na Sala de Aula indica que a 50ª edição Salão Internacional de Humor será marcante. “Os professores participaram com entusiasmo e finalizaram os encontros animados em colocar o aprendizado sobre humor nas salas de aula. Cultura e educação devem sempre caminhar lado a lado”.
Bruno Roza, secretário de Educação, também destaca a relevância na aplicação da linguagem de humor no aprendizado formal. “É nossa obrigação incentivar a produção artística e promover esses momentos de capacitação aos nossos profissionais da Rede Municipal de Educação. Com apoio da Semac e do Sesc, dezenas de educadores contam com novos conhecimentos sobre a linguagem do humor no processo de aprendizado dos alunos e deles próprios”.
Presente nos quatro dias da oficina, Jane Camargo, professora da Escola Municipal Wilson Guidotti, afirma que pretende colocar todo o aprendizado em prática. “Pudemos aprender muito sobre cartuns, charges, HQs e caricaturas. Tivemos dicas e informações sobre como incentivar e colaborar nas artes dos nossos alunos. Agora é colocar em prática com nossas crianças. Talvez entre tantos alunos, alguns sejam futuros desenhistas, chargistas ou cartunistas”.
A professora Maria das Graças Sanches Dantas, da Escola Municipal Professor Aracy de Moraes Terra, diz que foi uma experiência gratificante. “Os professores que ministraram são incríveis e conhecedores do assunto. Na sala de aula o professor pode orientar os alunos a identificar as características de uma charge ou cartum, que enfatiza a ironia, a crítica ou questões sociais. E que, através do desenho, o aluno consiga expressar acontecimentos do seu dia a dia”.