Erasmo Spadotto: humor crítico há 20 anos

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Seis legislaturas, mais de 50 vereadores diferentes, cinco prefeitos, crescimento populacional da ordem de 25% e metade das edições do Salão Internacional de Humor de Piracicaba; quatro presidentes do Brasil, três papas, deposição ou morte de ditadores, guerras; cinco Copas do Mundo — com dois títulos brasileiros —, cinco edições dos Jogos Olímpicos. Estes são apenas alguns dos fatos acompanhados, vividos e ilustrados ao longo da carreira pelo chargista Erasmo Spadotto, do Jornal de Piracicaba, que completa neste mês 20 de profissão e de Jornal. Na última quinta-feira (18/04), foi aberta a exposição Erasmo 20, que segue no Cedhu (Centro Nacional de Humor Gráfico),no Engenho Central, até 5 de maio. Nela estão apenas 70 dos milhares de trabalhos feitos por ele ao longo das últimas duas décadas, a maior parte deles ilustrando, colorindo, fazendo rir e, mais que isso, refletir, o leitor piracicabano em todo esse período.

Aos 45 anos, Erasmo se lembra de quando “bateu na porta do Jornal ”em busca da oportunidade de fazer do desenho, que era seu hobby, uma profissão. A porta de entrada na empresa foi como revisor, e a chance de desenhar não demorou a chegar. Eram tempos muito diferentes, em que ele precisava se debruçar por muitas horas sobre o mesmo trabalho, com lápis, e depois nanquim e aquarela, para que a obra fosse fotografada antes de ir para as páginas do JP. Hoje é tudo eletrônico: em uma prancheta digital, seus traços vão direto para a tela do computador. “Se naquela época eu tivesse que fazer o trabalho que faço hoje, não daria tempo”, contou ele. É que não é pouco trabalho. Além das charges diárias na página 2, seu espaço predileto de criação e expressão, ele também faz a tirinha diária da Capivara, ilustra o Jornalzinho, suplemento infantil do matutino, os articulistas, o Agito & Gourmet e até as páginas policiais quando os crimes geram repercussão ou são inusitados. “Tem o storyboard, que é para ilustrar com a imagem o crime que é narrado na matéria. E quando é engraçado, inusitado, vira charge. Na verdade, tudo dá charge, principalmente a tragédia. Para algo alegre dar charge, só quando o Brasil ganha a Copa do Mundo”.

(publicado no Jornal de Piracicaba em 20 de abril de 2013 –  http://www.jornaldepiracicaba.com.br/capa/default.asp?p=viewnot&cat=viewnot&idnot=210446 )