Navegando pela blogosfera, encontramos esse depoimento do cartunista Érico San Juan, que em 2011 completa 20 anos de carreira, e resolvemos postá-lo aqui:
Professores e alunos do humor
Em 2011, completo vinte anos de carreira. E o Salão de Humor de Piracicaba é uma lembrança permanente desde os anos 80.
Minhas primeiras visitas ao evento aconteceram ainda no Teatro Municipal. Numa delas, vi pela primeira vez um exemplar do Pasquim, em sua versão paulistana. Na mostra principal, nomes como Luigi Rocco e Ronaldo Cunha Dias estavam todo ano entre os cartunistas selecionados. O primeiro, aliás, se casaria com uma piracicabana. Essa cidade tem visgo mesmo.
De 1989 pra cá, fui alimentando o desejo de virar cartunista. No mesmo ano, fui aluno da Oficina de Quadrinhos de Jal e Gual, organizadores do Troféu HQMix. Em 1991, virei profissional da área. Depois, o namoro com o evento aumentou.
O entrosamento com outros cartunistas na cidade gerou mostras paralelas no Salão, de um grupo chamado Pamonhas de Piracicaba. O nome, depois rechaçado por um ou outro membro mais mal-humorado do grupo, só confirmou o óbvio: pamonha de casa não faz milagre.
Após ser selecionado algumas vezes para a mostra principal, ser jurado de seleção e organizar uma mostra de tiras feitas pelos ex-Pamonhas, o Salão de Humor me deu a chance de dar aulas de humor gráfico para professores das redes municipal e estadual de ensino de Piracicaba. Esse conhecimento está sendo repassado aos alunos para que participem do Salãozinho de Humor, uma versão infanto-juvenil do evento, já na oitava edição.
Na oficina, ministrada junto à artista plástica e arte-educadora Belê, as professoras-alunas demostraram uma vontade imensa de absorver e interagir com a linguagem do humor.
É um desafio, para as alunas e para os professores, destrinchar, feito um frango caipira, os mistérios do humor em cartum, charge, caricatura e tira. Mas a teoria harmonizou-se com a prática, gerando exercícios de criação muito interesantes. E engraçados!
O que era um aprendizado informal do humor, por meio do contato anual com o Salão, torna-se um aprendizado sistemático, por meio das oficinas agora promovidas com frequência pelo próprio evento, para crianças e adultos.
A satisfação de ser escolhido para repassar esse conhecimento, como cartunista “formado” pelo Salão, não poderia ser maior. Que o riso continue forte e saudável, entre as novas e as velhas gerações.
fonte: http://ericosanjuan.blogspot.com