Artista catarinense Manohead conquista Prêmio Júri Popular no 39º Salão de Humor de Piracicaba

foto: Charles Guerra

 Caricatura de Winston Churchill, assinada por Fabrício “Manohead” Rodrigues Garcia, foi a mais votada pelo público na internet
Com 1.396 votos, Fabrício Rodrigues Garcia, o Manohead, ficou em primeiro lugar na votação pública para a escolha do Prêmio Júri Popular Alceu Marozi Righetto no 39º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. O caricaturado que rendeu ao artista catarinense o prêmio de R$ 5.000 foi o estadista inglês Winston Churchill.

Concorreram ao prêmio, criado por lei municipal em 2012, 11 menções honrosas escolhidas pelo júri de premiação. A votação, que somou 3.471 participações, aconteceu por meio do site oficial do evento (www.salaodehumor.piracicaba.sp.gov.br) entre os dias 28 de agosto e 30 de setembro.
A expressão e a pose imponente de Churchill despertaram meu interesse por criar sua caricatura, conta Manohead. “Trabalhei com o que chamo de caricatura de mutilação, removendo partes do rosto em busca de  uma síntese minimalista-realista.
Manohead integra as mostras principais do Salão desde 2008. Representar meu estado em um evento com a dimensão do Salão de Piracicaba é uma felicidade enorme, diz o artista, que pediu votos por meio do Facebook e com disparo de e-mail para sua lista de contatos. Sobre a campanha na internet, ele conta: Não conseguiria levar o prêmio se não fosse pelos amigos que vestiram a camisa e fizeram esse sonho virar realidade.
Para Eduardo Grosso, diretor do CEDHU Piracicaba (Centro Nacional de Humor Gráfico), a movimentação na plataforma on-line surpreendeu os organizadores do Salão, em virtude das campanhas feitas nas redes sociais pelos concorrentes. A votação popular caiu no gosto do público, que sempre foi muito participativo em todas as edições do Salão.
CONCORRENTES Manohead concorreu com a tira de Tomás Serrano (Espanha), os cartuns de Pavel Constantin (Romênia) e Angel Boligan (México), as charges de Mohsen Asadi (Irã) e Ricardo Clement (El Salvador), as caricaturas de Lucas Leibholz, Glen Batoca e do iraniano Saeed Sadighi, além das menções na categoria Intolerância de José Antonio Costa (Brasil) e Darko Drljevic (Montenegro).
A secretária da Ação Cultural, Rosângela Camolese, explica que o Prêmio Júri Popular está previsto em lei municipal, o que assegura sua continuidade nas edições futuras do Salão. Demos voz ao público que nos prestigia, permitindo que ele se sinta ainda mais próximo do Salão, diz a secretária.
TRAJETÓRIA Natural de Garopaba (SC), Manohead começou a desenhar na infância. O primeiro contato profissional foi em uma usina de artes em sua cidade, onde desenhou e pintou placas para um evento cultural.
Em 2005, surgiu o interesse por caricaturas, quando ele começou a produzir trabalhos digitais. Em 2007, o artista se lançou em concursos e, no mesmo ano, ganhou três menções honrosas no Salão de Ribeirão Preto.
Hoje, aos 27 anos, Manohead écaricaturista e ilustrador freelancer. Este ano, além do Salão de Piracicaba, ele teve trabalhos selecionados no 20° Salão Internacional de Desenho para Imprensa de Porto Alegre e no 4° Salão Internacional de Humor da Amazônia.
ALCEU RIGHETTO Corria o ano de 1974 quando um grupo de piracicabanos (jornalistas, artistas e intelectuais), atuante no cenário político e cultural da cidade, estava inconformado com a Ditadura Militar. Em busca de algo novo para os festejos do aniversário de Piracicaba, eles conseguiram a adesão da turma do Pasquim e de outros nomes do humor.
Righetto pertencia ao grupo de idealizadores do Salão em 1974 e quatro anos depois assumiu a recém-criada Secretaria da Ação Cultural de Piracicaba, trabalhando em prol do crescimento do evento na cidade. Jornalista, radialista e educador com mais de 30 anos de atuação na rede estadual de ensino, ele morreu em 17 de junho de 2008, aos 70 anos.
O SALÃO   O Salão de Humor promove em 2012 a maior mostra na história do evento. São 436 obras, divididas em 100 cartuns, 89 caricaturas, 76 charges, 78 tiras, oito peças tridimensionais e 85 trabalhos com o tema intolerância produzidos por artistas de todos os estados brasileiros e 64 países. Os trabalhos estão em cartaz no Engenho Central, com visitas gratuitas de terça a quinta-feira, das 14h às 18h, e sextas, sábados, domingos e feriados, das 10h às 21h. A realização é da Prefeitura do Município de Piracicaba, por meio da Secretaria da Ação Cultural e do CEDHU Piracicaba.