O Salão Internacional de Humor de Piracicaba sob responsabilidade da Secretaria da Ação Cultural da Prefeitura do Município de Piracicaba, São Paulo/Brasil, surgiu em 1974, quando os brasileiros ainda conviviam com os sabores da amarga ditadura militar.
Tudo começou com a vontade de se criar uma mostra de humor agregada ao Salão de Arte Contemporânea, tendo como protagonistas um grupo de amigos piracicabanos, jornalistas, artistas, intelectuais, amantesdas artes, do humor e da cidade, que se reuniam no famoso “Café do Bule” para trocar idéias e debater temas da cidade, do Brasil e do mundo…
Foi em 1973 que Alceu Marozzi Righeto, Adolpho Queiroz e Carlos Colognese, decidem visitar a sede do jornal “O Pasquim”, no Rio de Janeiro, para apresentar a idéia da mostra ao cartunista Jaguar, que prometeu selecionar desenhos para a exposição e autorizou por escrito, que seus desenhos originais fossem entregues, por uma conceituada editora nacional, aos piracicabanos para a realização da exposição. Como os desenhos do cartunista não foram liberados pela editora, a referida mostra nunca ocorreu.
Mesmo não tendo o sucesso esperado na primeira vez, o grupo não desanimou. Nova tentativa foi lançada. O grupo, repaginado, com Alceu, Adolpho, Colognese, Roberto A. Cêra, Ermelino Nardin e Luis Mattiazzo, ganhou o reforço de Luiz Antônio Lopes Fagundes, secretário de Turismo e do então prefeito Adilson Benedito Maluf, que apoiaram incondicionalmente a iniciativa.
Com uma verba de 10 mil cruzeiros disponível para a realização do Salão de Fotografia, Alceu e Cerinha sugeriram trocar a verba do referido salão por uma mostra de humor. Para tanto, teriam que retornar ao Rio de Janeiro e convencer os editores do “O Pasquim” a participarem do evento.
Dito e feito. Seguiram viagem ao encontro do Jaguar, Fortuna e Ziraldo.
A viagem foi uma comédia… conversas, confusões e garrafões de pinga pra lá e prá cá, os jovens que desejavam criar, em Piracicaba um Salão de Humor, finalmente conseguiram convencer Jaguar, Millôr Fernandes, Paulo Francis e Zélio Alves Pinto de que, se a idéia desse certo, o Salão seria o celeiro de grandes profissionais do cartunismo e humor brasileiros.
A partir daí, iniciou-se um diálogo aberto e competente entre Piracicaba e os maiores cartunistas do Brasil. Em 1974, realiza-se o 1° Salão de Humor de Piracicaba, com a participação de Millôr, Ziraldo, Zélio, Jaguar, Fortuna e Ciça.
Devido ao sucesso do Primeiro Salão e após varias reuniões na casa do Zélio em São Paulo, na presença de Rogério Vianna, Fausto Longo ,Luiz Antonio L . Fagundes (secretário de Turismo de Piracicaba) ,Paulo Sampaio, Alceu Riguetto, idealizaram uma maior dimensão para o 2º Salão. Para isso foi feita uma exposição do Cartunista Francês Cloude Molliterni, dando assim início ao destaque do Salão de Piracicaba na mídia Internacional. Já no ano seguinte o Salão de Piracicaba foi preparado para receber trabalhos de diversos países, incluindo amostras dos cartunistas Sergio Aragonez, da revista MaD, Goefrey Dickson da revista Inglesa Punch e Hermenegildo Sabat do Jornal Argentino El Clarin. O sucesso de Publico e a qualidade dos trabalhos fez do 2° salão um grande sucesso que resultou na revelação de grandes talentos como Chico Caruso, Alci, Laerte, Angeli e tantos outros cartunistas que através desses anos tiveram sua arte reconhecida nas exposições realizadas ao longo desses 36 anos.
Hoje, o Salão prepara-se para a sua 37ª edição consecutiva, graças também a esses famosos cartunistas brasileiros que deram sua contribuição na transformação do Salão de Piracicaba em um dos mais importantes encontros do humor gráfico do Brasil e do exterior. Entre eles: Ziraldo, Fortuna, Millôr, Zélio, Henfil, Jaguar, Luis Fernando Veríssimo, Paulo e Chico Caruso, Angeli, Laerte, Glauco, Edgar Vasques, Jaime Leão, Santiago, Gual, Jal, Edu Grosso, Fausto Longo, Erasmo e tantos outros talentos.
Com o intuito sempre de promover e revelar novos talentos e próximo de completar 40 anos, o Salão Internacional de Humor de Piracicaba hoje possui um rico acervo, constituído de 300 trabalhos com valor histórico inestimável, um testemunho da História da Humanidade nessas ultimas 4 décadas, retratando as diversas transformações sociais, ambientais, econômicas, políticas e culturais do Brasil e do mundo.
Hoje o acervo é acolhido pelo Centro Nacional de Pesquisa e Documentação do Humor de Piracicaba – CEDHU, localizado no Parque Engenho Central em sede Própria e sob a Direção do premiado cartunista Eduardo (Edu) Grosso, que em parceria com o Presidente do 37º Salão e também seu idealizador Eng. Luiz Antônio Lopes Fagundes, selecionaram uma equipe de profissionais competentes para transformar o Salão Internacional de Humor de Piracicaba
no maior encontro de artistas do Humor Gráfico.