Um encontro inusitado entre um carioca e os bonecos de Elias


Encontramos esse texto muito legal no blog no cartunista Mattias, do Rio de Janeiro, contando seu primeiro contato com Piracicaba.
Segue uma narrativa muito engraçada e cheia de informações feita pelo cartunista – que tem se mostrado também um ótimo escritor.

Este é o relato de Mattias:

PIRACICABA… ONDE ME SENTI PAMONHA (Mattias)


Já devo ter compartilhado com alguns de vocês sobre um fato pitoresco que aconteceu comigo na primeira vez que fui ao Salão Internacional de Piracicaba.
De cada dez cartunistas, pelo menos oito querem conhecer o Salão Internacional de Piracicaba e onze querem conquistá-lo.

Em meados da década de 1990 resolvi que deveria ir conhecer o Salão. Peguei o Cometão velho de guerra, que roncava mais do que suino no cio e depois de quase 8 horas de viagem cheguei em Piracicaba. me informei se daria para ir caminhando ao Engenho ( local onde acontece o salão ) e para a direção indicada rumei.
Já estava escuro… Desci uma rua e lá no final me deparei com o Rio Piracicaba. O movimento de transeuntes às margens do rio era quase nenhum. Como eu não conhecia a cidade, tentei buscar mais informações com alguém. Mas eu andava e apenas os carros passavam.

Em determinado momento, vizualizei várias pessoas pescando. Pulei uma armação de ferro e sem me aproximar muito ( carioca é desconfiado pra caramba ) tentei o contato: _ Boa noite! Eu não sou da cidade e gostaria de saber onde fica o Engenho Velho… Algum de vocês saberiam me informar? Como resposta, ganhei o silêncio de todos.

Pensei em desistir… De repente os caras poderiam estar fumando um cigarrinho especial feito com as legítimas palhas das famosas pamonhas de Piracicaba e eu ali cortando o barato deles. mas visualizei um pouco mais à frente uma senhora e umas crianças. Aí pensei: Esses caras não fumariam esse tipo de cigarro perto da senhora e das crianças. E então pedi desculpas e me aproximei mais um pouco. Só então que eu percebi que àquelas pessoas eram bonecos. E meio sem graça, fui me afastando e rindo da situação.

Já cheguei no Salão de Piracicaba sorrindo pra caramba e depois foi só continuar.

Vale muito à pena participar e conhecer esse salão que é um dos poucos no Brasil que eu ainda acredito.

Segue abaixo informações sobre os bonecos que me fizeram achar a maior graça:

Elias dos Bonecos e o Rio Piracicaba

Nascido no dia 3 de agosto de 1931, na antiga Chácara do Morato, localizada na margem esquerda do rio Piracicaba, na Estrada do Bongue, onde hoje está situado um dos totens da sociedade de consumo, o hipermercado “Carrefour”, Elias Rocha é um dos sete filhos do piracicabano descendente de índios Renato Rocha e da cabocla Sebastiana Souza Rocha.

Filho de família ribeirinha, Elias teve uma infância pobre e difícil como seus vizinhos e companheiros de classe. Aos sete anos entrou para o Grupo Escolar “Francisca de Castro”, onde freqüentava aulas de manhã, e à tarde trabalhava na olaria ajudando a fazer tijolos e telhas. Foi com certeza na confecção de tijolos, no contato direto com a argila e o barro – o material, afinal, de onde saiu a humanidade na tradição bíblica – que Elias foi adquirindo a habilidade manual que lhe seria essencial para a atividade artística que lhe estaria reservada.

Desde cedo, como era natural em sua condição, o menino Elias aprendeu a conviver com os transtornos das correntezas e enchentes do rio Piracicaba. Sua relação com o rio era de respeito e medo. Seu passatempo predileto era brincar com os colegas nas ribanceiras do Piracicaba.

Quando sua mãe faleceu, o rio passou a ser a coisa mais importante de sua vida, tornou-se sua religião, como ele mesmo diz e costuma repetir: “se não fosse o rio, teria passado fome. O rio é minha mãe e a ele devo obrigações”.

Mais tarde, aos 14 anos, ingressou no curso de mecânico ajustador do SENAI, o que lhe garantiu um diploma e uma profissão para trabalhar nas diversas oficinas metalúrgicas da cidade, o que ratifica a sua inserção no meio industrial que um dia ainda criticaria na forma de sua arte pessoal.

Em 1975 Elias foi despedido da metalúrgica em que trabalhava estanhando barras de cobre e manipulando ácido sulfúrico, por aderir a uma greve promovida pelos operários reivindicando melhoria de condições de trabalho e aumento salarial.

Com o dinheiro que recebeu Elias comprou uma carroça e um cavalo, e feliz da vida passou a viver quase que exclusivamente na Rua do Porto. Era o reencontro com o espaço onde sempre viveu e de onde retira calma e inspiração, fundamentais para o exercício de sua arte.

Essa arte, com os bonecos servindo de solenes guardiões das águas do Piracicaba, não pode ser entendida sem o resgate do rio como fio condutor e elemento formador da vida social, política, cultural e religiosa da cidade.

Em recente pesquisa promovida pela Prefeitura Municipal de Piracicaba, com o objetivo de saber quais seriam os principais ícones da cidade, a grande maioria dos entrevistados elegeu o rio Piracicaba como seu preferido. Este fato mostra que a presença do rio é realmente dominante, quase imperial, como pano de fundo para todas as fases que se sobrepõem na história de Piracicaba.

É uma história que começa com o povoamento da região localizada na Depressão Periférica (zona geológica localizada após o Planalto Atlântico e no sentido do Litoral para o Interior de São Paulo) pelos índios dos grupos lingüísticos Tupi-Guarani, possivelmente os Paiaguás, caçadores aventureiros que seguindo a força atrativa da água acabaram por deparar com o salto do rio, batizando-o de Piracicaba.1

O rio Piracicaba é resultado da formação de outros dois rios, o Jaguari (do tupi “ya’wara”, ou “cão”) e Atibaia (“testa” ou “cabelos que caem sobre a testa”). Os dois rios formadores se juntam em um ponto onde hoje está localizada a cidade de Americana.

Esse grande vale favoreceu a expansão dos primeiros colonizadores portugueses que chegaram à região, na passagem dos séculos 17 e 18. O terreno é praticamente plano, pontilhado de colinas com encostas suaves. “Noiva da Colina”, aliás, é uma das formas com que a cidade de Piracicaba tornou-se conhecida. Em função de sua localização, os principais rios de São Paulo – o Tietê e o Piracicaba – acabaram se tornando os principais eixos de trânsito do colonizador europeu no Estado.

O problema da origem ou etimologia do topônimo Piracicaba, que se refere ao mesmo tempo ao rio e ao salto, dando nome à cidade, tem favorecido inúmeras interpretações e gerado muita discussão entre os filólogos.

No “Moderno Dicionário da Língua Portuguesa”, de Michaelis, se lê:

“Pi.ra.ci.ca.ba sf. (tupi pirá sykáua) Lugar que por acidente natural no leito dos rios, como queda d´água, não permite a passagem dos peixes, sendo por isso favorável à pesca”.1

Já no Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, está registrado o verbete:

Pi.ra.ci.ca.ba. s.f. (Bras. São Paulo) Lugar que, tendo cachoeira ou outro qualquer acidente natural, não permite a passagem do peixe, sendo portanto ótimo pesqueiro.2

Quando chegaram à região, os primeiros colonizadores, na realidade sertanejos desbravadores, e muitos deles fugitivos da lei, adotaram o nome que os indígenas davam para o local, Piracicaba. Esses sertanejos e os indígenas remanescentes cultivaram uma relação de influências recíprocas, e essa interação está na base da cultura cabocla ou caipira que foi sendo construída ao longo de séculos na cidade e região. Caboclo e caipira, inclusive, também são termos de origem tupi, significando aproximadamente “moradores em casa de um homem branco” e “lenhadores da floresta”, na definição de Warren Dean.3

A Rua do Porto

A Rua do Porto, determinante para a cultura de Piracicaba e em particular para a arte de Elias dos Bonecos, é uma espécie de síntese da memória, do imaginário, dos sonhos e valores da comunidade local. Se o rio Piracicaba é o fio da meada que costurou a cultura local, a Rua do Porto é o pedaço de tecido mais nobre dessa confecção.

O palco em que tem se desenrolado a vida de Elias dos Bonecos é o cenário da rua do Porto e da avenida Beira Rio, na margem esquerda do rio Piracicaba, lado oposto ao local onde continua imponente o Engenho Central. Em um espaço de menos de três quilômetros, concentram-se nesse percurso a Casa do Povoador, o Largo dos Pescadores (onde se reúnem as Irmandades do Divino), o Museu d’Água, a Fábrica Boyes, o Casarão do Artista, a Casa do Artesão e a Ponte Pênsil ligando a avenida Beira Rio ao Engenho Central, como uma ligação direta com a história construída pela cana e pelas águas do rio Piracicaba.

Todos esses marcos geográficos e monumentos históricos e culturais são as referências que têm norteado a biografia de Elias Rocha. São estes ícones da cultura e da vida social de Piracicaba que ajudam a entender a trajetória do Elias dos Bonecos e a compreender porquê, afinal, as suas criações adquiriram uma força simbólica tão importante para os moradores de Piracicaba, a ponto de gerar farto material iconográfico, jornalístico e outros registros documentais. É todo esse material sonoro e imagético que serve de subsídios, na tentativa de recompor a vida desse piracicabano-símbolo que é Elias Rocha. E quem é, então, esse artista popular cujo nome já ultrapassou as fronteiras nacionais, e cuja produção rotulada de primitivista tem funcionado como uma eficiente peça de resistência no âmago da sociedade industrial.

Um primitivo na sociedade tecnológica

A cidade de Trento, na Itália, ficou marcada na história da sociedade ocidental como o local que sediou o Concílio que representou um divisor de águas na trajetória multissecular da Igreja Católica. O Concílio de Trento reuniu a elite da Igreja para elaborar as estratégias de reação contra a reforma protestante e outras “heresias” que ameaçavam a hegemonia católica em boa parte da Europa e nas áreas de colonização européia em meados do século 16.

Esta mesma cidade de Trento, que simboliza historicamente o tradicionalismo católico pelo famoso Concílio que sediou, recebeu em maio de 1999, no Teatro Comunale di Tesero, alguns personagens estranhos à arquitetura barroca e clássica que projetou e sedimentou a importância da Itália para a arte ocidental. Levados por um grupo de teatro amador, bonecos fabricados de pano e madeira, denunciando a sua origem primitivista, foram utilizados para compor o cenário da peça “Lugar onde o peixe pára”, representada no tradicional festival na região de Trento.

Depois de cumprirem com muda fidelidade o seu papel, e de certamente provocarem estranheza em um público talvez não muito acostumado à arte naif, os bonecos foram deixados em solo italiano, como parte do intercâmbio cultural com o Centro de Pesquisas Cênicas Non Solo Danza e como uma lembrança de Piracicaba, a cidade brasileira “onde o peixe pára”, de acordo com a descrição do título da peça encenada pelo grupo amador.

Curiosidades históricas à parte, os bonecos que tanto sucesso fizeram na industrializada Itália são resultado da obra de um artista popular de Piracicaba, São Paulo, Brasil. Desde o final da década de 1970, esses bonecos vêm sendo fincados nas margens do rio Piracicaba pelo seu criador, Elias dos Bonecos. Para quem os vê de longe, os bonecos, perfilados ao longo de centenas de metros, parecem pescadores ou meros diletantes encantados com as águas que fornecem a moldura ideal para a Rua do Porto, o local onde o bonequeiro Elias morou praticamente a vida toda, está morando e onde pretende morrer.

Os bonecos do Elias, como são conhecidos pela população local e foram consagrados pela mídia, tornaram-se um dos ícones da cultura popular de Piracicaba, e representam a luta de toda uma comunidade pela redenção de seu maior patrimônio, o rio que dá nome à cidade e que é a fonte primeira de suas próprias tradições culturais e religiosas. De fato, os bonecos são uma pungente, e às vezes desesperada, fórmula encontrada pelo seu autor para rememorar os tempos em que as margens do Piracicaba ficavam cheias de pescadores, praticando o ofício, nas águas límpidas de outrora, por lazer – como gostava de fazer o pai de Elias – ou como profissão mesmo.

Em um momento em que, em decorrência da urbanização desordenada e de um processo industrial predatório, marcantes na segunda metade do século 20 brasileiro, o rio Piracicaba tornou-se um dos mais poluídos do Brasil, os bonecos do Elias assumem assim uma função plural. Eles acentuam a denúncia da deterioração da fonte de vida de toda uma comunidade. Ao mesmo tempo, os bonecos refletem a utopia de recuperação desse rio, um sonho que povoa o imaginário coletivo em Piracicaba e que é cristalizado por essas imagens puras e coloridas.

O ingrediente ecológico dos bonecos do Elias é ressaltado pelo fato de que eles são construídos a partir de roupas doadas pela população e por sucatas, em total coerência com o ofício de catador que o seu artesão cultivou por anos, depois de ter se aposentado.

Com esta sua peculiar arte de reaproveitamento de sucata, Elias Rocha parece estar indicando um caminho, uma alternativa para a reconstrução do ser humano divorciado da natureza e despedaçado pelas perplexidades inerentes ao universo tecnoindustrial. Peça por peça, ele recompõe o figurino de uma civilização fundada no desperdício e no que é descartável: os produtos derivados dos recursos naturais destruídos e, infelizmente, a própria humanidade, quando acossada pelas engrenagens da sociedade de massa.

A tarefa a que Elias se propõe é, ainda, quase religiosa. Descendente direto, e portanto herdeiro das radições e valores, dos povos indígenas que habitavam a região, mas também membro da Irmandade católica que promove anualmente o principal evento religioso da cidade, a Festa do Divino celebrada no grande palco do rio Piracicaba, Elias Rocha parece estar seguindo um ritual quando monta os seus bonecos, ou quando os veste com novas roupas no início de cada ano. A função religiosa fica ainda mais nítida quando ele utiliza os bonecos para a montagem de um inusitado presépio, sempre às margens, claro, do rio Piracicaba.

Os bonecos do Elias são, enfim, a expressão mais pura do que é a arte popular brasileira, e no caso de uma região com características tão peculiares, na conturbada transição dos séculos 20 e 21. Uma arte tão contraditória quanto o momento vivido por essa região, encravada no estado mais industrializado do país e, ao mesmo tempo, tão rica de influências da sociedade e da cultura rural que permanece pulsante no coração do brasileiro.

Tentar reconstituir o processo criativo de Elias Rocha, e situá-lo no contexto econômico, social e histórico em que a sua produção artística acontece, pode ser a chave para entender porque, afinal, esses bonecos adquiriram uma força simbólica tão expressiva. A partir desse resgate histórico, de como evoluíram as forças econômicas, políticas e culturais que construíram o tecido social de Piracicaba, será então possível compreender por que esse bonecos classificados de primitivistas têm permitido um diálogo intercultural inovador, seja por meio de sua recuperação por um grupo de teatro universitário que se apresenta na pátria do mais puro barroco e do que se tornou sinônimo de clássico, seja por sua utilização como fonte de inspiração para pintores acadêmicos ou modernos, ou seja por sua reprodução garantida pelos contemporâneos recursos da multimídia, esse reflexo polifacetado da sociedade industrial.

Os bonecos nascem, de brincadeira

A gênese dos bonecos do Elias é reveladora sobre a função que eles acabariam desempenhando. Ele mesmo conta que fez o primeiro boneco, no final da década de 1970, a pedido de uma menina, Andréia, que sabia da habilidade do artista em confeccionar bonecos – desde os anos 60 Elias é o responsável pela fabricação do “Judas” malhado na Semana Santa.

A gestação dos bonecos como um elemento lúdico está mais do que clara. Fabricante ocasional de bonecos de barro na juventude, em função da habilidade adquirida na olaria, Elias evoluiu para a produção dos bonecos de madeira e pano, inicialmente “de brincadeira”.

Brincadeira que é, de fato, uma legítima manifestação crítica em relação a alguns dos postulados mais caros da sociedade industrial, fundada no racionalismo e no produtivismo. Os velhos, os marginais, os loucos, as crianças – todos, enfim, que não produzem, são rotulados de disfuncionais pela sociedade tecnoindustrial. O jogo pelo jogo, a arte pela arte, parecem condenados como algo improdutivo pela lógica da sociedade capitalista tecnoindustrial, questão que tem gerado muita controvérsia entre os críticos de arte e demais teóricos do assunto.

Por sugestão de uma criança, o ex-metalúrgico Elias faz um primeiro boneco “de brincadeira”, materializando a dimensão do lúdico que repudia o funcionalismo produtivista típico da sociedade industrial. Elias Rocha materializa a denúncia da alienação e da perda da sensibilidade com seus bonecos fincados nas margens do Piracicaba, como uma denúncia da poluição das águas do rio. Com seus bonecos, ele ressuscita “a nostalgia do reino”.

Elias afirma: “Tenho saudades do sossego que era a rua do Porto, onde as pessoas podiam deixar a casa aberta que ninguém roubava, era um lugar tranqüilo, um paraíso…”

om essa definição, ele exprime a percepção das transformações sociais que sacudiram o seu reino, com a transformação da Rua do Porto não somente no espaço privilegiado para o viver comunitário. Piracicaba em geral, e a Rua do Porto não poderia ficar de fora, sentiu diretamente os efeitos da urbanização acelerada, do crescimento populacional e da industrialização desordenada, como fenômenos típicos do século 20.

A arte dos bonecos também é a recuperação da nostalgia do rio limpo, onde se nadava, pescava e bebia água à vontade. Elias tenta resgatar a ligação entre o ser humano e o seu meio ambiente, mobilizando a população contra a degradação do rio Piracicaba.

No caso do rio Piracicaba, o sonho coletivo é pela libertação da poluição, manifestação concreta de sua escravização à lógica da sociedade industrial-tecnológica. Realmente é um sonho que povoa a memória e o imaginário coletivo, simbolizado na arte de Elias, entre outras formas, pela doação de roupas, por uma parte da comunidade, para que os bonecos possam ser “vestidos”.

E os bonecos estão em outro momento fundamental para a religiosidade popular, o Natal que marca a esperança na renovação, como a arte de Elias reflete a esperança na recuperação do rio Piracicaba. Com seus bonecos, o artista passou a montar um dos mais curiosos presépios da cidade, nas margens do rio e no espaço da Casa do Povoador, outro marco histórico importante para Piracicaba.

A representação e a significação dos bonecos confeccionados por este artesão tornaram-se uma linguagem expressiva de resistência, ao mesmo tempo, antropológica e artística, com características lúdicas, de dimensões ambientais, incorporadas à tradição e ao patrimônio histórico, turístico, artístico e cultural de Piracicaba. São elementos significativos deste universo lúdico de “elaboração” de um novo imaginário social.

A partir da década de 90, os bonecos tornaram-se fonte de inspiração para vários artistas piracicabanos e suas diferentes manifestações artísticas como: a fotografia, o vídeo, as artes plásticas, a literatura, a dança, o teatro, a poesia e a música.

Registro alguns fatos significativos que ocorreram, recentemente, na vida de Elias: o primeiro, uma homenagem prestada pela Irmandade do Divino Espírito Santo, da qual Elias é membro ativo há mais de 50 anos, escolhendo-o como o Festeiro do novo milênio da Festa do Divino. O segundo, partiu da Prefeitura Municipal de Piracicaba, com a publicação de um livro contendo a tese de Dissertação de Mestrado “Os Bonecos do Elias – A participação desses elementos de folkmídia na publicidade e propaganda institucional de Piracicaba”, do publicitário Maurício Bueloni. O terceiro, o lançamento do vídeo de Nordahl C. Neptune “Os Bonecos do Elias dos Bonecos”, que resultou tanto para o autor como para o artista numa “Moção de Aplausos” protocolada pelo vereador Ari Pedroso Júnior, na Câmara de Vereadores, e, finalmente, o prêmio “Destaque Ambiental”, na categoria cidadão preocupado com o meio ambiente, outorgado pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba (Comdema).

O resultado final dessa pesquisa constará de uma dissertação, acrescida de fotografias e acompanhada por um vídeo sobre o artista e sua obra, na visão de seus conterrâneos.

Encontra-se em fase de desenvolvimento um site na Internet, trazendo os trabalhos acadêmicos publicados sobre o artista, bem como outros temas relacionados à pesquisa – Cultura Popular e Multimeios.

Fontes:

texto: http://mattiascartoons.blogspot.com/2010/05/piracicaba-onde-me-senti-pamonha.html

informações sobre Piracicaba e Bonecos de Elias: http://www.studium.iar.unicamp.br/oito/4.htm?=index.html

caricatura que ilustra o post: Manohead